segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fim dos Publicitários?

 
 

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via CHMKT de noreply@blogger.com (Carlos Henrique Vilela) em 20/02/11



Vi semana passada o filme No Cages, da Victor & Spoils para Harley Davidson. Bem legal a campanha, mas o que mais chama atenção é o novo modelo de crowdsourcing proposto pela V&S, no qual convida qualquer pessoa a solucionar os briefs para seus clientes.

No caso o filme foi criado por Whit Hiler, um apaixonado pela marca.



Normalmente eu me posiciono quanto aos assuntos, mas nesta questão realmente não consegui chegar a um veredito final. Quem sabe podemos analisar juntos?

Vejo coisas maravilhosas neste modelo, como respeitar de fato que hoje o consumidor está com o poder e quer ser mais que um coadjuvante na vida das marcas. Acho incrível também sermos influenciados por cabeças criativas fora do mundo publicitário, afinal o próprio Planejamento já se alimentou destas múltiplas vertentes (filosofia, religião, psicanálise, arte, sociologia...).

Enfim, acredito muito nesta ferramenta e acho inevitável que as coisas vão caminhar para este formato naturalmente, porém ficam algumas pulgas atrás da orelha.

Por exemplo, vi uma matéria de uma empresa vendendo marcas para clientes feitas por "pessoas comuns". No caso, o cliente tem até login para conduzir o processo de leilão, ajustes, refações e etc. Um fato é que o logotipo começa em R$ 250,00 e não deve ir muito mais longe que isso. E o outro fato é que 300 caras fazem 300 marcas e apenas um vai ganhar R$ 300,00. Perigoso.

As vezes vejo criativos ultra renomados, das melhores agências do país, bastante incomodados com palpites autoritários dos clientes, que interferem diretamente na criação, na ideia, no filme. Eu entendo muito a cabeça desses caras, afinal eles são os caras responsáveis pelo produto criativo e, assim como ninguém interfere na cirurgia de um médico, é complicado sofrer interferências de não-especialistas.

Mas se um consumidor é capaz de fazer um filme para a marca, e já comprovou que é, então talvez tenhamos que repensar tudo.
Se o crowdsourcing se mostra tão capaz e eficiente, eu me pergunto:
O quanto nós publicitários somos de fato especialistas?


Se nosso papel é apenas "catalisar" as comunidades, então é o fim do criativo na agência, teremos só planners?
Se o insight vem do consumidor, com ele dizendo e formalizando isso, não teremos mais planners?
Que confusão.

O fato é que se o Sr. Hiler fez um filme tão eficiente e bacana, porque pagar fortunas para as agências?
Me parece que o crowdsourcing é uma via de mão dupla.
O entusiasmo encontra o perigo. A autenticidade encontra a anarquia.
Não sei onde pode ser o ponto de equilíbrio, mas nossa indústria vai ter que encontrar.


Afinal, hoje a Victor & Spoils é a grande vencedora, mas quem garante que nossos amigos da Harley Davidson não podem chegar nos inúmeros "novos Hilers" e fazer eles próprios tudo daqui pra frente.
Eu ainda confio na nossa capacidade singular, falta talvez alguma reinvenção de formato, modelo, business.

A Rua é Sensacional. E Tudo é Planejamento.

@andreforesti

 
 

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