quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cuidado! Querem matar suas idéias!

Terça-feira, 02/02/2010 às 09h00, por Fabiano Pereira

Nós, profissionais criativos, desde cedo aprendemos o valor
inestimável das idéias em nosso ramo de atuação. Somos antenas
parabólicas de alta percepção, recebendo todas as idéias e agregando
as referências em nosso subconsciente. Nosso objetivo é sempre
encontrar a melhor idéia, a mais criativa, quebrando todos os
paradigmas e servindo de referência futura com nossos trabalhos.

Porém, na medida em que nos relacionamos com o mercado, coisas
estranhas começam a acontecer.

Inexplicavelmente, todos os caros conceitos estudados por anos a fio
em cursos diversos passam a valer muito pouco, quase nada. Você começa
a descobrir que é tratado como um maquiador (com todo o respeito que a
classe merece), quando dizem que a estrutura está pronta, a AI também
e que agora você tem que deixar "bonitinho" (sendo que o "bonitinho" é
o feio bem arrumado, segundo um grande amigo). Como assim?

É duro, mas é verdade. Via de regra, nós, designers, somos vistos
assim. Decoradores de interfaces, "enfeitadores" de estruras "prontas"
e só.

Verdades absolutas são sempre questionáveis

Você está inserido num contexto racional, lógico. Os prazos são
irreais, as condições são surreais e o salário ultrapassado (com essa
merreca vivia-se bem há uns... 10 anos). Provavelmente lida com
gerentes de projeto o tempo todo, com suas planilhas controladoras.

"Quanto tempo leva pra criar uma página?"

"Quanto tempo você leva pra fazer um banner?"

Tais perguntas perturbam seu atribulado sono: como tangenciar o intangível?

O corporativismo e o genocídio da criatividade

Corporativistas são chatos e pentelhos, por definição.

Quando são afrontados com argumentos com os quais não podem lidar,
lembram, de forma nada sutil, que são eles que trazem dinheiro,
clientes e negócios para a empresa e que, portanto, sem eles seu
salário (nem mesmo seu emprego) existiria.

Tratam o criativo como os artesãos hippies das praias badaladas em
época de temporada, com aquele ar de "ele é tão criativo e talentoso,
mas não sabe ganhar dinheiro". Então, como bom samaritanos, fazem a
gentileza de comercializar, de maneira eficiente, seus devaneios
criativos.
Certo? Errado.

Não demorará muito pra exibirem páginas amareladas de algum anuário de
propaganda, dando ordens pra que você COPIE determinada solução
gráfica. Ou, pior, passam urls do tipo template monster, dizendo que
"é só pegar uma idéia dessas aqui, mudar o loguinho, dar um tapa e
pronto". Não é impossível ser criativo numa realidade assim. Talvez
seja melhor vender artesanato na praia.

Nunca se esqueça:

Você é criativo, portanto, deve estar em ambientes que possibilitem a
livre expressão;
Para um criativo, a empresa é uma continuação do home studio. Se você
vai para o trabalho deprimido, algo está errado;
Se o seu chefe não respeita o trabalho de outros, mandando fazer uma
cópia, jamais respeitará o seu;
Você é capaz, sabe o que quer e, sim, pode adquirir (se é que já não
tem) tino comercial. Não precisa que ninguém comercialize seu
trabalho. Você mesmo pode fazer isso;
Seja feliz, sempre. Se algo lhe deixa triste, mude o paradigma e
busque novos horizontes. Azar de quem não soube reconhecer o seu
valor.

--
Guto Giordano

www.gutogiordano.xpg.com.br
@gutogiordano

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